Publicado por: profgeomar | 19/10/2009

15º Dia de Missão – 19/10

A despedida…

 Hoje, vou dar a resposta ao desafio que vos foi lançado. Ainda se lembram?

Desafio: “Porque será que muitas espécies de zooplâncton fazem migrações verticais?”

Resposta: “Existem três hipóteses principais para explicar as migrações verticais: 1) reduzir a vulnerabilidade aos predadores visuais (as migrações são mais pronunciadas quando existem predadores por perto); 2) conservação de energia (poupam energia na respiração mantendo-se em águas mais frias); 3) aumento da advenção horizontal (existem correntes diferentes em diferentes profundidades) (Nybakken, 2005).”  (Dados cedidos pela Bióloga a bordo, Íris Sampaio).

É o meu último dia a bordo do Navio Almirante Gago Coutinho, local onde fiz esta maravilhosa viagem de  Investigação Científica ao fundo oceânico.

Agradeço a todos os que me proporcionaram esta experiência fantástica, nomeadamente à EMEPC  e à Escola Básica e Secundária de Carcavelos (em particular à  Direcção, aos meus colegas de trabalho e ao Grupo Disciplinar de Biologia e Geologia , que asseguraram o meu trabalho na minha ausência), bem como atodos os que interagiram no blog.

 

Despedida

Despedida

Uma Equipa Fantástica

Uma Equipa Fantástica

 

Publicado por: profgeomar | 19/10/2009

14º Dia de Missão – 18/10

Arrumar a “casa”.

Hoje é dia de arrumações e limpezas.

Temos de limpar e arrumar o laboratório; limpar o convés, nas imediações do Rov, organizar o CAD (Centro de Aquisição de Dados) e por fim arrumar a camarata.

Muito trabalhinho para fazer,  mas com muito boa disposição!

Manutenção de equipamentos.

Manutenção de equipamentos.

Limpeza do convés.

Limpeza do convés.

Limpeza a fundo.

Limpeza a fundo.

Publicado por: profgeomar | 18/10/2009

13º Dia de Missão – 17/10

Ontem, foi o nosso último mergulho com o ROV (Ohhh!), temos de regressar à Ilha Terceira.

Chegaremos a esta ilha na segunda feira de manhã, onde estarão à nossa espera, para embarcar, Cientistas que vão revezar outros que fazem parte desta missão. Pois a Campanha Oceanográfica ainda se prolonga até Novembro.

Hoje estive a actualizar o meu blog (compilando informações e confirmando alguns dados científicos), a descansar e a conviver com a equipa fantástica que me acompanha nesta aventura científica.

Vou tentar publicar algumas fotos! Se não for viável, publico quando estiver mais próximo das ilhas.

Publicado por: profgeomar | 18/10/2009

A imaginação dos Pequeninos

                                       A imaginação dos pequeninos!!

Até os pequeninos acompanham esta aventura científica e dão azo à sua imaginação!

"Mapa da Expedição aos Açores."

"Mapa da Expedição aos Açores."

Publicado por: profgeomar | 16/10/2009

12º Dia de Missão-16/10

Manhã para corajosos!!

Como já referi, num post anterior, o almoço é servido às 11h15m e dormindo pouco ou muito temos de nos apresentar para esta refeição.

Enquanto dormia, ouvi pelo altifalante a seguinte frase: “O almoço vai ser servido, bom apetite.”
Olhei para o relógio e verifiquei que não estava a sonhar (ou a ter um pesadelo), pois dormimos poucas horinhas e já sabíamos que o almoço era feijoada à transmontana, o que se torna um pouco pesado para quem não tomou o pequeno-almoço, mas….

Fomos corajosos e almoçamos.

O próximo mergulho deverá ser por volta das 18h30m, pois tem de haver sempre uma verificação de todos os equipamentos para que tudo corra bem.
Vamos investigar mais fontes!! Não acham fantástico?

O mergulho teve início à hora prevista, no Campo Hidrotermal de Menez Gwen, que está a uma profundidade de 800m.
 

Início do mergulho do ROV

Início do mergulho do ROV

O ROV chegou ao fundo oceânico às 19h15m e deparámos com uma imagem fantástica de duas grandes lulas que se dirigiam para junto do braço do ROV.

 

Lulas

Lulas

Verificamos também a existência de diversos peixes, caranguejos, corais (essencialmente gorgónias) e mexilhões de tonalidade acastanhada.

Neste mergulho o ROV transporta um “Módulo de Colonização” (recipientes com diferentes conteúdos: nº1: só com areia; nº2: com areia e conchas, nº3: com areia e osso de baleia, ainda ensanguentado, e o nº4: com areia e madeira). Este “Módulo de Colonização” será deixado perto das fontes hidrotermais, durante um ano, para posterior recolha e ser objecto de estudo, por parte de Biólogos, no sentido de se perceber qual o tipo de colonização face a estas condições.

 

 

Módulo de Colonização

Módulo de Colonização

Durante o mergulho, tivemos de novo a visita de duas aves marinhas (almas negras), que adoptamos, pois apresentavam sinais de algum cansaço, ficando connosco parte da noite.

 

Ave marinha - Alma Negra

Ave marinha - Alma Negra

Também presenciámos bioluminescência na superfície da água do mar. Este fenómeno ocorre devido ao facto de determinado tipo de zooplâncton fazer migrações verticais, em que à noite (na sua grande maioria) surge à tona de água e visualizamos a luz que emitem.

 

Agora lanço um desafio para investigarem:” Porque será que este tipo de seres vivos apresenta migrações verticais?”

Voltando ao mergulho…Por este motivo, não conseguimos deixar o “Módulo de Colonização” no local estipulado, nem recolhemos qualquer tipo de amostra, pois o braço do ROV não obedecia aos comandos.

Paciência, a tecnologia nem sempre é perfeita!

 

 

 

Fomos ao encontro de uma zona hidrotermal designada de “ATOS 10”. Esta zona é um local de White Smokers (emanam fluidos pobres em metais) sendo estruturas de baixa altura. Este tipo de chaminés caracteriza este campo hidrotermal.
Enquanto estávamos envolvidos com as imagens das fontes hidrotermais, recebemos pelos intercomunicadores, uma péssima notícia… “o mergulho terá de ser abortado, o controlo remoto do braço robótico deixou de poder comunicar com o braço”, o que impede o seu funcionamento.

 

Publicado por: profgeomar | 16/10/2009

11º Dia de Missão – 15/10

 Mergulho de Sonho!!

Chegámos ao Campo Hidrotermal Lucky Strike pela manhã.

O Sol já brilha, o mar está relativamente calmo, mas ainda com alguma corrente. Será que vamos conseguir??

Foram analisados os factores inerentes ao mergulho do ROV, e decidiu-se adiar este para a parte da tarde, pois as condições para mergulhar já seriam supostamente mais favoráveis.

E assim aconteceu, o ROV iniciou o seu mergulho por volta das 16h (hora local) e só chegou ao fundo oceânico às 17h30m (pois teve de descer 1700m).

Quando chegámos ao fundo, a expectativa era grande, todos queríamos ver as fontes hidrotermais. Fomos encontrando pillow lavas (lavas em almofada), pequenos corais (como por exemplo gorgónias) e alguns peixes.

Até que finalmente o momento chegou e surgiu no ecrã um conjunto de fontes hidrotermais, White Smokers (emanam fluidos de tonalidade esbranquiçada, o que revela a fraca presença de metais). Aqui está uma grande prova do dinamismo do nosso planeta.

Chaminé Hidrotermal activa.

Chaminé Hidrotermal activa.

Estas estavam assinaladas com marcadores (pequenas marcas deixadas por outros investigadores).

Posteriormente fomos ao encontro de uma outra fonte, já bastante conhecida, a Torre Eiffel, e agora já percebi a imponência do seu nome. É de facto uma estrutura grandiosa, com cerca de 20 metros de altura e com uma base bastante larga, superior a 1,5 metros de largura.

Esta chaminé é uma Black Smoker, visto que emana fluidos ricos em metais, que posteriormente precipitam e formam sulfuretos, como o cobre, zinco e ferro.

Para melhor entenderem a dinâmica hidrotermal, foram disponibilizadas, por geólogos da Equipa Científica, as seguintes imagens:

Actividade Hidrotermal

Actividade Hidrotermal

Uma grande parte da chaminé (Torre Eiffel) está revestida por uma fauna característica destas zonas hidrotermais, temos uma grande abundância de mexilhões de tonalidade acastanhada, camarões e caranguejos com ausência de pigmentação (esbranquiçados) e aranhas castanhas. Também encontramos associados aos mexilhões algumas espécies de comensais, poliquetas de cor vermelha e um molusco univalve – Capulus.
 
Estão também presentes e em grande número arqueobactérias, bactérias quimiossíntéticas, que se evidenciam nas imagens através de filamentos esbranquiçados que cobrem a chaminé bem como as espécies ai existentes. Estas sustentam a vida das comunidades ai presentes.

Estas bactérias também se encontram em fissuras, perto das chaminés, onde as temperaturas são menores.

Na Flange (estrutura côncava resultante da actividade hidrotermal) verificou-se a existência de um lago invertido, que se forma devido às diferentes propriedades entre a água do mar e o fluido hidrotermal. Este fluido é menos denso que a água do mar e tende a subir, e se for ao encontro de uma flange fica aprisionado, ficando a água do mar por baixo deste. Este efeito assemelha-se a um lago invertido.

Seguidamente o ROV avançou para outras chaminés hidrotermais – black smokers e colocámos um marcador (PT1) na vent 7, de forma a assinalar a nossa presença neste campo hidrotermal, pois foi a primeira missão de organização e meios totalmente portuguesa (ROV, Equipa Científica, Navio e tripulação) a mergulhar neste local, embora os formadores de pilotos ROV sejam de nacionalidade escocesa e sueca. Foi um momento único!!

Primeiro marcador totalmente Português no Fundo Oceânico!

Primeiro marcador totalmente Português no Fundo Oceânico!

Durante a nossa viagem fantástica, veio-nos visitar ao convés uma ave marinha designada de alma negra, que resolveu descansar um pouco para depois tomar o seu rumo.

Foram recolhidas amostras de foro geológico (rochas e sedimentos), biológico e porções de água.

O mergulho terminou às 2h30m (da madrugada), hora que o ROV chegou à superfície, foram portanto dez horas de mergulho. Depois procedeu-se ao tratamento das diversas amostras recolhidas. Todo o trabalho terminou por volta das 4h da manhã, embora a equipa da biologia trabalhou até às 6h da manhã.

Estamos muito cansados, mas muito contentes e entusiasmados. Vale a pena!!

A partir das 4h da manhã, navegámos, de novo, em direcção ao campo hidrotermal de Menez Gwen, para que se realize um mergulho nesse local.

Publicado por: profgeomar | 14/10/2009

10º Dia de Missão

Planos por água abaixo !!

Levantámo-nos por volta das 8h da manhã cheios de esperança, mas…

O barco continuava a baloiçar, ouvia-se o vento a soprar e as ondas a embater no casco do Navio. Então, verificámos que as ondas atingiam os 3 metros de altura e apresentavam-se desordenadas, devido ao vento que se fazia sentir.

Ficámos desolados!!!

Verificou-se, de novo, a previsão meteorológica e decidiu-se o que fazer.

 Novos planos!! Continuar a navegar durante todo o dia e toda a noite em direcção a outra zona da Crista – Média – Atlântica (Lucky Strike), esperando que haja melhores condições para que o ROV possa mergulhar e posteriormente voltar à zona de Menez Gwen.

A esperança é a última a morrer e São Pedro vai estar do nosso lado. Vamos conseguir!!

“Impossible is nothing, it just takes longer.” (Uso de Big Chefe – Nuno).

 PS- Os enjoos voltaram a assombrar o Navio, mas eu estou muito bem, sinto-me como uma autentica maruja.”

Publicado por: profgeomar | 13/10/2009

9º Dia de Missão – 13/10

Continuamos a navegar em direcção à Crista – Média – Atlântica, para uma zona designada de Menez Gwen (o que significa monte branco em língua bretã). Esta zona tem esta designação devido ao facto da existência de precipitados brancos de sulfatos (anidrite e barite) à volta das chaminés hidrotermais. Em princípio só chegaremos amanhã de manhã.

Hoje iremos verificar e preparar os diversos equipamentos, que serão necessários para o mergulho de amanhã.

O Navio ainda abana, mas não há incidentes de enjoos e está um Sol radioso.

Publicado por: profgeomar | 12/10/2009

6º, 7º e 8º Dias de Missão- de 10 a 12/10

Fuga à Tempestade!!

Navegámos durante toda a noite em direcção à Ilha de São Miguel, pois avizinha-se uma tempestade e precisamos de um porto de abrigo!!

Chegámos a Ponta Delgada por volta das 10h e só partiremos no dia 12/10, às 18h.

Hoje, (dia 12/10), o tempo está péssimo (chuva e vento) e o mar continua agitado, mas vamos sair do Porto de Ponta Delgada e vamos nos dirigir para a Crista-Média -Atlântica, a oeste do Grupo Central, para tentarmos mergulhar e estudar as Fontes Hidrotermais. Pensamentos positivos!! Vamos conseguir, supostamente nessa zona já temos melhoria de tempo.

Quando saímos do Porto de Ponta Delgada, fomos cumprimentados por famílias de Golfinhos, que nos acompanharam durante 15 minutos. Foi fantástico ver as suas acrobacias no meio do oceano.
O Navio abanou imenso durante a noite, dormir foi uma aventura!!
 

 

 

Vou tentar, pois é muito díficil ter rede, colocar neste post imagens desta e de outras  expedições. Dirvirtam-se!!

Golfinhos à vista

Golfinhos à vista

 

 

 

 

 

 

 

 

Cardume de Pimpins

Cardume de Pimpins

Biodiversidade

Biodiversidade

Publicado por: profgeomar | 12/10/2009

5º Dia de Missão – 09/10

O mergulho neste dia foi por volta das 17h 40m, numa uma zona designada de Banco Dom João de Castro. É um  banco submarino e já foi uma  ilha de origem vulcânica, com 90 metros acima da linha de água. Após a erupção  vulcânica colapsou. Esta estrutura tem quatro torres e uma cadeia submersa.

O que se visualizou neste local foi o seguinte: camarões, corais e esponjas  de várias tonalidades, peixe Chaunax, peixe imperador, peixe rascaço,  ouriços brancos, pillow lavas e cinzas vulcânicas.

Foram recolhidas amostras de rochas, de sedimento marinho e de algumas espécies (nomeadamente duas espécies de corais- gorgónias e o coral cogumelo).

A água contida nas garrafas de Niskin, são colocadas em frascos para depois serem analisadas em termos de nutrientes e de metais.

Foram imagens fantásticas do fundo oceânico e o Rov só chegou à superfície  por volta das 23h55m.

Recolha de cinzas vulcânicas com o aspirador do ROV

Recolha de cinzas vulcânicas

Esponjas

Esponjas

Peixe Rascaço

Peixe Rascaço

Eu sou muito corajoso

Eu sou muito corajoso

Piroclastos

Piroclastos

Chegada do ROV

Chegada do ROV

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